Cápsulas de café: alumínio já era!

Assine nossa newsletter

No momento em que a Nespresso anuncia grandes investimentos na criação de cápsulas à base de papel – em substituição ao alumínio -, uma outra empresa suíça, a Migros, investe numa solução ainda mais inovadora: cafés prensados em formato de pequenas bolas e embalados com algas marinhas, totalmente sustentáveis, o CoffeeB.

Nem bem a Nespresso anunciou o lançamento de suas cápsulas à base de papel compostável, em substituição às cápsulas de alumínio, uma outra empresa suíça, a Migros, uma das maiores redes de supermercados na Suíça, por meio de sua subsidiária Delica, lançou o CoffeeB, um sistema que cuja dose de café é prensada em formato de uma pequena bola e embalado com folhas de algas marinhas, 100% recicláveis.

Segundo seu fabricante, a embalagem, não apenas mantém o café estável como também forma uma barreira ideal de oxigênio que previne perda de sabor. Desde o último trimestre de 2022, o CoffeeB está sendo comercializado pela tradicional marca Café Royal, uma das líderes do mercado europeu.

Desenvolvida como uma alternativa para quem prefere e tem acesso a uma composteira, o produto é certificado para compostagem, tanto doméstica quanto industrial, pela TÜV Austria, um certificador internacional. O primeiro país a receber a novidade foi a França, seguida da Suíça e Alemanha. O CoffeeB ainda não é comercializado no Brasil. O CoffeeB só funciona em uma máquina específica da marca, cujo valor atual é de 169 francos suíços, o equivalente a cerca de R$ 1 mil, uma vez que o CoffeeB não é compatível com nenhuma outra máquina.

CoffeeB tem a solução mais sustentável

A grande vantagem da nova invenção é que após seu uso, o CoffeeB pode ir diretamente para o jardim do consumidor para ser usado como adubo.

De acordo com o Head da CoffeeBe, Frank Wilde, que conversou com exclusividade com o Grão Especial, globalmente, as cápsulas de alumínio geram cerca de 100 mil toneladas de lixo por ano.

 “Somos os responsáveis em trazer a a maior inovação na história recente do mercado de cafés no mundo. Demorou 35 anos para que a indústria de café achasse uma solução para a substituição do alumínio em suas cápsulas. E, apesar de algumas serem recicladas, na verdade, a imensa maioria acaba indo parar nos aterros sanitários. O sucesso do lançamento prova que as pessoas querem ajudar na preservação do Planeta, mas elas precisam de inovação. Nós fazemos esse papel”, conclui Wilde.

O marketing manager executive da Nescafé Dolce Gusto Brasil, Tiago Buischi, respondeu por escrito, algumas perguntas do Grão Especial sobre a NEO, a nova geração de máquinas e cápsulas de café da marca, feitas de papel compostável e usa 70% menos embalagem do que as cápsulas atuais. A NEO está sendo lançada apenas no Brasil, cujas novas cápsulas são produzidas na fábrica da Nescafé Dolce Gusto, em Montes Claros (MG). A fábrica recebeu um investimento de R$ 300 milhões.

A máquina da CoffeeB custa o equivalente a R$ 1mil e ainda não está disponível no Brasil
Máquina de café da CoffeeB custa o equivalente a mil reais, na Europa.

Grão Especial – Desde quando a NEO já está disponível para o consumidor brasileiro?

Tiago Buischi – a NEO já está disponível desde dezembro de 2022 na plataforma de e-commerce da marca (www.nescafe-dolcegusto.com.br/) para todo o Brasil. Quem estiver localizado em São Paulo poderá adquirir os produtos NEO em um dos quiosques que serão abertos na capital ou na loja-conceito inaugurada em dezembro. Os endereços estão disponíveis no site da Nescafé.

Grão Especial – Imagino que o país tenha sido escolhido por ser o principal produtor de café do mercado (cafés utilizados serão de Minas e Espírito Santo) e o segundo maior mercado consumidor do mundo. Comente sobre isso.

Tiago Buischi – O Brasil é o maior produtor e exportado mundial de café, também é um dos maiores consumidores da bebida no mundo. O Brasil será o primeiro mercado a receber o lançamento do NEO, graças a sua importância para a Nestlé e para a Nescafé Dolce Gusto, e em resposta à demanda do mercado por experiências de bebidas mais sustentáveis. Utilizaremos e aplicaremos os aprendizados do Brasil conforme expandirmos nosso lançamento para outros países, a partir desse ano.

Grão Especial – Quais serão os próximos países a receberem a NEO?

Tiago Buischi – O sistema NEO foi lançado no final de 2022 no Brasil. Expandiremos o lançamento para outros mercados futuramente, mas não podemos divulgar essas informações no momento.

Grão Especial – Qual a capacidade de produção da fábrica de Montes Claros? É uma nova planta ou já existia e está sendo adaptada? A empresa não respondeu a nossa pergunta.

Tiago Buischi – As cápsulas serão produzidas na fábrica Triplo Zero, de Nescafé Dolce Gusto, em Montes Claros (MG). É a primeira unidade da Nestlé no mundo a receber certificação de Impacto Ambiental Neutro em todas as etapas industriais, a fábrica utiliza somente água de reuso, não gera resíduos para os aterros e neutraliza 100% das suas emissões. Para a fabricação das cápsulas da NEO, a unidade ganhou uma nova linha de produção, automatizada a partir de conceitos da Indústria 4.0, com mão de obra altamente capacitada.

Grão Especial – Por quê demorou tanto tempo para a empresa optar em utilizar cápsulas de papel compostável, uma vez que as cápsulas são difíceis de reciclar e são tão danosas ao meio ambiente?

Tiago Buischi – Tornar a sustentabilidade escalável é o grande desafio da Indústria. E a NEO é um marco tecnológico que representa o futuro no longo prazo e o direcionamento estratégico da marca, levando a experiência do consumidor ao próximo nível por meio da convergência exclusiva do café porcionado de alta qualidade. A sustentabilidade foi uma das forças motrizes desta criação. Importante ressaltar que a tecnologia inovadora e proprietária da NEO foi refinada ao longo de cinco anos no Nestlé System Technology Center, em Orbe, onde o café porcionado foi criado.

coffeeb vem numa embalagem parecida com a de ovos
O CoffeeB é comercializado pela conhecida marca europeia Café Royal.
Frank Wilde, CEO da CoffeeB, responsável pela operação da empresa na Europa

Leia esta matéria em outros idiomas:

Os comentários estão fechados.