É o fim dos degustadores e classificadores?

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Inteligência Artificial avança no agro brasileiro, com a entrada de uma tecnologia preditiva, que utiliza um analisador portátil de alimentos, capaz de dissecar amostrar de café e cacau, entre outros alimentos, em 10 segundos.

Desde o final do ano passado, quando o ChatGPT foi lançado em Davos, no Fórum Econômico Mundial, que só se fala em Inteligência Artificial, AI, e em seus impactos na economia e na vida das pessoas. Para quem não está familiarizado, a tecnologia funciona aprendendo com grandes quantidades de dados e de como responder a qualquer solicitação de um usuário de maneira humana, oferecendo informações e criando textos.

Com a popularização das ferramentas de AI, está claro que o mundo vai mudar ainda mais rapidamente. Mas, a grande pergunta é: até que ponto que AI vai interferir nos nossos empregos?

Essa semana a empresa sediada em Singapura, ProfilePrint, deu uma demonstração do que está por vir na utilização de AI no mercado alimentício. A startup desenvolveu uma tecnologia, que analisa de forma preditiva e prescritiva ingredientes alimentícios como café, cacau, grãos, açúcar e sucos. Funciona com um analisador portátil e uma plataforma de software. No caso do café, baseado na escala de sabores da SCA, com apenas 10 gramas, analisa em apenas 10 segundos a qualidade das amostras. Ainda duvida que a profissão dos degustadores e classificadores vai mudar?

O fundador e CEO da ProfilePrint, Alan Lai, ao ser indagado sobre o futuro desses profissionais, argumentou que a solução apenas servirá como uma ferramenta a mais para eles. “A ideia é capacitar toda a cadeia do agronegócio e serem mais eficazes e eficientes”, explica o direto regional de Enterprise Singapure para a América do Sul, organismo semelhante à APEX brasileira.

CEO e fundador da ProfilePrint, Alan Lai
CEO e fundador da ProfilePrint, Alan Lai

O CEO da ProfilePrint contou que, antes de vir ao Brasil, formalizou uma aliança com a Anacafé, Associação Nacional do Café da Guatemala, para capacitar mais de 125 mil cafeicultores daquele país, a usar a tecnologia, para analisar e classificar o café, sem treinamento prévio de degustação. Além disso, a nova tecnologia foi usada no Cupping da Global SCA, participando também como avaliador oficial da 19º. Edição do Let’s Talk Coffee, @letstalkcoffee realizado em Honduras. O objetivo era o de empoderar os especialistas para verificarem de forma mais objetiva e eficiente a qualidade de todas as amostras de café durante os três dias de evento.

IA analisando o cacau

Além de ser uma ferramenta de criação de perfil, também é capaz de fornecer análises prescritivas de ingredientes alimentícios e oferecer recomendações a seus clientes para obter a mistura ideal de seus produtos. A empresa alega que já conseguiu ajudar um grande cliente da indústria do cacau a estabelecer a tolerância aceitável para seu produto além de recomendar um conjunto diferente de amêndoas para sua mistura, resultando uma economia de US$1,64 milhão.

Não é à toa que empresa como Louis Dreyfus Company Brasil, Olam Agrícola Ltda e Sucafina já assinaram contratos comerciais com a ProfilePrints.

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