Marca alemã de chocolates de origem, Ritter Sport, lança sua nova barra sem açúcar, Cacao y Nada, feita de cacau 100%

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E por puro desconhecimento do que seja chocolates Bean to Bar, o órgão regulador alemão diz que o produto não é chocolate porque não leva açúcar. Pode isso, Arnaldo?

Ritter Sport

A fabricante alemã de chocolate Ritter Sport (instagram.com/rittersport) está envolvida em uma confusão com os reguladores da legislação alimentar alemães, após ser informada que não poderá classificar sua última criação como uma barra de chocolate, uma vez que não contém açúcar.

A empresa, que produz chocolate em sua fábrica perto de Stuttgart há mais de 100 anos e que atraiu uma multidão de seguidores por causa de suas frequentes novas variedades, foi informada de que a nova barra viola as rígidas regulamentações de cacau da Alemanha.

A Kakao-Verordnung considera que qualquer coisa rotulada como chocolate deve conter massa de cacau, cacau em pó, manteiga de cacau e açúcar. Contudo, a nova barra da Ritter, intitulada Cacao y Nada (cacau e nada) é feita 100% de cacau, proveniente de sua própria plantação na Nicarágua, sendo adoçada com suco de cacau, encontrado naturalmente na polpa do grão de cacau e cada vez mais reconhecido como um produto por si só, devido a um sabor naturalmente doce que, segundo dizem, se assemelha ao da lichia. Ela foi aprovada pela primeira vez como produto alimentar pela UE, há quase um ano.

O uso de suco de cacau em vez de açúcar levou os reguladores de alimentos alemães a dizer que a Cacao y Nada não se encaixa em sua definição de chocolate.

Os confeiteiros que violarem a “regra do cacau” correm o risco de serem multados e proibidos de vender seu produto.

A Ritter Sport é uma empresa familiar desde que foi fundada em 1912, sendo famosa por suas barras quadradas, em formato quatro por quatro, de 100g – ideia de sua cofundadora Clara Ritter, que queria algo que coubesse confortavelmente no bolso de uma jaqueta esporte.

Ela acusou os reguladores de alimentos alemães de estarem em desacordo com as tendências modernas, inclusive com o abandono do açúcar com vistas à adoção de alternativas mais saudáveis.

“É um absurdo que um chocolate, que é totalmente feito de cacau e que não precisa de adição de açúcar, não possa ser chamado de chocolate”, disse Andreas Ronken, CEO da Ritter Sport, à mídia alemã.

A empresa concordou provisoriamente em lançar a nova barra sob o rótulo Kakaofruchttafel ou de “barra feita do fruto do cacau”, mas afirmou que pressionará as autoridades para que mudem suas regras.

“Nossas leis alimentares precisam acompanhar inovações como esta”, disse Ronken. “Eles devem acordar – esta é a nova realidade”.

A Ritter Sport emprega 1.650 trabalhadores e exporta para mais de 100 países no mundo, mas sofreu uma redução significativa em seu faturamento durante a pandemia do coronavírus, principalmente como resultado da perda de lucrativas vendas isentas de impostos nos aeroportos.

Fonte: The Guardian

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