Sítio Vista Alegre

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O exemplo da renovação no plantio do café especial

Margarida e João Hélio Vilela são um casal de pequenos produtores de café especial. Sua propriedade, sítio Vista Alegre, em Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais, possui quatro hectares e meio com oito mil pés plantados e foi comprada há apenas cinco anos. Desses, 3500 pés são de cafés especiais, chegando a uma classificação de 87 pontos pela escala da SCAA .

“Antes, trabalhávamos com leite e, depois, eu e meu marido fomos colher café em outras fazendas, diz Margarida. João Hélio completa: “Cresci dependendo que os outros me dessem emprego e, agora, eu estou trabalhando no que é meu. Ainda tá pouco porque agora que eu estou começando a engrenar. Estamos na nossa quarta colheita, ano passado produzimos 60 sacas de Catucaí Amarelo”, explica orgulhoso.

As vantagens de se produzir café especial

Foi então, graças ao trabalho da vizinha, Miriam Monteiro de Aguiar, administradora da Fazenda Cachoeira, socióloga e Qgrader que os alertou sobre a qualidade de seus cafés e as vantagens de se produzir café especial, ajudando inclusive na classificação da bebida produzida no sítio, foi que eles começaram a colher cafés especiais na propriedade. “A Miriam foi trazendo informações pra gente, fizemos cursos de classificação e prova, de pós-colheita, aprendemos a beber o café e a identificar a qualidade do que é plantado em nossa terra”, conta Margarida. Todos os cursos que fizeram foram realizados na cooperativa da região, a AFASA, Associação dos Agricultores Familiares de Santo Antônio do Amparo. “Prova incontestável de que o pequeno agricultor precisa se aprimorar, estudando para conhecer cada vez mais o café que produz, enfatiza o presidente da AFASA, Uelerson Nakamura.

Ajuda especial

No entanto, a lavoura conta também com a ajuda de um agrônomo de Lavras e dos vizinhos que sempre ensinam novas técnicas e emprestam materiais. ”Devemos muito a eles”, explica João Hélio, se referindo principalmente à fazenda Guariroba que ganhou o Cup of Excelence 2016. A princípio foi o café especial mais caro da história do Brasil, arrematado pelo preço de US$ 5.370,37, pela saca de 60kg. O lote foi comprado pela empresa japonesa Maruyama Coffees.

João Hélio, mais conhecido como Joel, e a Margarida são pessoas simples e que não tiveram muitas oportunidades de estudo. Mas história diferente têm suas duas filhas. Letícia, a mais velha, tem 18 anos e cursa o primeiro ano de direito. A Patrícia, de 15, está no ensino médio e já sonha com a faculdade de agronomia.

A família Vilela é um excelente exemplo de como o café especial pode ser um vetor de mudança importantíssimo para uma sociedade. São pequenos produtores, com inúmeros desafios a serem vencidos. Mas já têm uma vida digna, e estão conseguindo realizar o sonho de encaminhar suas filhas para a universidade melhorando, dessa forma o padrão de vida de todos. E de promover a renovação no campo.

Afinal, como já dizia um famoso carnavalesco brasileiro, Joãozinho Trinta,  “quem gosta de pobreza é intelectual “.

Sítio Vista Alegre

Endereço – Sítio Vista Alegre, 1050 – Município de Santo Antônio do Amparo – Minas Gerais
Proprietários: João Héio Vilela e Margarida Vilela
Produçao café especial – 3.500 pés – sacas?
Telefone: (55)35 998562212
Não têm site

O papel da AFASA

A AFASA, Associação dos Agricultores Familiares de Santo Antônio do Amparo, criada em 2008, reúne 60 pequenos produtores que colhem de 20 a 1000 sacas. Atualmente 15 a 20 produtores são dedicados ao café especial e há apenas cinco anos vem exportando.

Seu presidente, Uelerson Nakamura, de apenas 23 anos, conta que, ano passado exportou para os EUA, pela Atlas Coffee, um container com 320 sacas de café especial ano passado. O restante da produção foi comercializado internamente, com um ágio de R$ 100,00 para a Olam Coffee.

A entidade oferece aos pequenos produtores mais de 20 cursos por ano das mais diferentes áreas, e se mantém graças a uma pequena contribuição de seus sócios, da prefeitura de Santo Antônio do Amparo e da Fundação Hans Newmann entre outros parceiros.

Para esse ano, Nakamura espera que 25 a 30 de seus associados produzam cafés especiais. “Estamos procurando mais compradores internos para nossos cafés especiais. Somente dessa forma, iremos assegurar que mais e mais produtores se convençam das vantagens em se trabalhar com os cafés acima de 85 pontos”, finaliza.

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