Goiânia ganha sua primeira marca de chocolates Bean to Bar vegano, a Cacau Dourado

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Aberta há pouco mais de um mês, a Cacau Dourado quer explorar as frutas do Cerrado para fazer inclusões.

Apesar de ser mineira de nascimento, a chocolate maker, Maísa Araújo, mora há quatro anos em Goiânia e está iniciando sua trajetória com uma pequena marca de chocolates Bean to Bar vegano, a Cacau Dourado.

A marca foi lançada no dia 20 de agosto, mas as experiências com o cacau e o chocolate já vêm de algum tempo. Maísa é geógrafa e consultora ambiental e sempre foi apaixonada pelo cacau, graças a um pé de Pará Parazinho, plantado no meio da propriedade da família, há mais de 40 anos, na região do Vale do Aço, em Dionísio, Minas. “Desde criança, sempre fui encantada por aquela árvore, que dá fruto o ano inteiro. Sempre quis fazer algo com o cacau e, quando meus filhos nasceram, morando em outra cidade, resolvi empreender com o chocolate”, conta.

Maísa conta que, assim que teve a ideia, começou a pesquisar pela internet, a comprar livros e a experimentar alguns chocolates Bean to Bar. Descobriu a La Bar Chocolates, de Brasilia, a Mestiço, a Luisa Abram leia matéria aqui, e começou a fazer suas próprias experiências. “Mas aqui em Goiânia é muito difícil de encontrar chocolates Bean to Bar, só agora é que consigo achar os da Luisa Abram, mesmo assim, em poucas lojas do Pão de Açúcar. Essa é a minha grande dificuldade,” conta.

Cacau Dourado

Iniciando a Cacau Dourado

No ano passado, em junho, quando foi visitar a fazenda da família, trouxe as amêndoas e iniciou as experimentações. “Tirei as sementes, deixei secar no sol e já as trouxe torradas. Mas, até então, eu não sabia gerar a massa”, confessa. Comprou sua primeira melanger, começou a fazer testes e os resultados agradaram os amigos e familiares.

“A produção ainda é muito pequena, acho que a minha é a segunda menor fábrica de chocolates do mundo”, em alusão à marca Luisa Abram. Está produzindo 30 kg por mês e já comprou mais duas melangers, uma Spectra 11, importada dos EUA, pelo preço de R$ 4 mil. A outra é uma marca brasileira, BTM, com capacidade de 6,5 kg.

Cacau Dourado

Chocolate vegano

Atualmente, suas barras são produzidas com amêndoas do sul da Bahia e de Linhares, no Espírito Santo. E, graças a um problema de saúde que seus filhos tiveram, com intolerância à lactose, decidiu que suas barras seriam veganas: são quatro formulações definidas, a única que não é vegana é a 41% ao leite de vaca. As outras três são a 53% com leite de coco, a 78% com açúcar demerara e a 82% com açúcar de coco.

“Existem alguns veganos mais radicais que não consomem nenhum produto que contenha traço de leite, incluindo toda a cadeia de matéria-prima. Eu ainda não estou neste patamar, mas já comprei outras máquinas justamente para alcançar esse grau de pureza”, explica.

De qualquer forma, suas receitas necessitam que o chocolate fique no melanger por, pelo menos 48 horas e, depois descanse por, no mínimo, dois meses, para maturar. Só depois, é que vão para a moldagem.

Cacau Dourado

Como faz tudo sozinha, da pesquisa à compra das amêndoas, criação das receitas, produção, embalo e envio, está sobrecarregada e não conseguiu finalizar a tempo o site da marca.

“Para 2020, vamos colocar o site no ar, com vendas online, bem como desenvolver uma linha de pastas, como creme de amendoim com cacau bean to bar, creme de castanha e triplicar a linha de chocolates em barra. Quero aproveitar toda a diversidade do Cerrado brasileiro para criar receitas com inclusão de frutas. Já venho testando uma com alecrim e laranja e estou buscando matéria-prima em pó com Pequi, Mangaba, Umbu, Cagaita etc. Essa última, inclusive é bem interessante. Ela é uma fruta deliciosa, se estiver verde apresenta uma leve acidez. Só não pode comê-la madura, porque aí, como o próprio nome já diz, pode provocar desarranjo intestinal”.

Lavoura de cacau

E aproveitando a propriedade familiar, está iniciando o planejamento de uma pequena lavoura de cacau. “Não sabemos ainda como vai ser, se Cabruca, com o cacau plantado à sombra da mata ou no sistema agroflorestal, consorciado com seringueiras e bananas, por exemplo. Daí, passaremos a ser uma marca Tree to Bar, com muito orgulho e assim poderei unir, finalmente, minhas duas profissões”, finaliza.

Cacau Dourado

Os chocolates da marca Cacau Dourado podem ser encomendados pelo instagram da marca, @cacaudouradochocolate, ou na Eleve Empório, na avenida José Cleto 263, Palmares ou na Acorde, na rua Manoel Diniz 34, ambas em Minas Gerais.

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