A loja nasceu depois que sua idealizadora Valdirene Privatti foi diagnosticada com pré-diabetes
Quando foi diagnosticada com pré-diabetes, Val Privatti, uma profissional da saúde, que passou metade de sua vida trabalhando em hospitais, resolveu modificar drasticamente seus hábitos alimentares antes que o pior acontecesse. A oferta de produtos naturais no mercado brasileiro, sem agrotóxicos, sem glutén e vegano já era considerável. Mas Val, amantes de chocolates, foi recomendada pelo seu médico a apenas consumir chocolates com mais de 60% cacau. Procurou diversas marcas nos supermercados, mas os chocolates eram ruins, não a agradavam, mesmo os de marcas já conceituadas.
Como não queria eliminar o chocolate de sua dieta, foi pesquisar e acabou conhecendo o movimento dos chocolates Bean to Bar no Brasil. Se entusiasmou tanto que resolveu ajudar outras pessoas a encontrar excelentes produtos, que contivessem em suas receitas apenas três ingredientes: cacau, açúcar orgânico e manteiga de cacau. Esse é o verdadeiro chocolate!
E quatro anos atrás resolveu criar a primeira e única loja online especializada em chocolates Bean to Bar brasileiros, a Cacau Tasters, @cacautasters.
“Já cheguei a ver barras de chocolates com até 12 ingredientes, entre eles gordura hidrogenada ou de palma, aromatizantes, acidulante, entre outros absurdos. Se encontrar um chocolate assim, meu conselho é: fuja!!”, explica Val Privatti.
As primeiras marcas a fazerem parte do portfolio da Cacau Tasters foram a Baiani, Luisa Abram, Mission e Gallette. Atualmente, oecommerce comercializa 20 a 25 marcas diferentes de barras de chocolate Bean to bar, tendo 120 opções diferentes que vão dos mais intensos, com 81% cacau, passando pelos 70% cacau, até 45%. Além dos chocolates brancos, que são pura manteiga de cacau, chocolate branco com nibs e os com inclusão. Além das barras, comercializa também o nibs da Mestiço e o chocolate em pó da Monjolo, que não é alcalinizado e é 100% puro. Não vendem bombons, porque é mais perecível
O mais bacana da Cacau Tasters é que eles são responsáveis em fazer uma curadoria dos chocolates que comercializam. “O que eu não como eu não vendo. Isso é um ponto de honra. Para uma marca fazer parte do nosso portfolio é preciso que passem pelo meu crivo e o da minha equipe. Primeiro, têm que mandar um exemplar, de preferência, puro, com no mínimo 70% cacau, sem inclusão, para eu avaliar. Dessa forma, consigo sentir o terroir, o processo de fermentação das amêndoas, se a torra foi feita adequadamente. Se passar pelo meu crivo, aí a avaliação evolui para outras barras ao leite ou com inclusão. Também avalio a embalagem. Todos esses pontos são cruciais para uma curadoria ser bem feita,” explica Val.
Clube de assinaturas
O clube de assinaturas da Cacau Tasters é entregue mensalmente na casa do cliente sem repetição por um ano, a mesma barra, do mesmo sabor e da mesma marca. O cliente tem quatro opções: escolher, quatro barras de chocolates amargos e intensos, sem adição de leite, de 40 a 80 gramas de diferentes marcas, chamado Essentials. Ou de seis barras com as mesmas características.
Ou ainda, escolher o Mix de chocolates, de quatro ou de seis barras. Ambos são formados com barras intensas e também de chocolates ao leite, com ou sem inclusões, que podem ser raspas de laranja, castanhas, especiarias, café, entre outros.
Logística
Dependendo da localização geográfica, os chocolates podem chegar até no dia seguinte. Mas o importante é que, mesmo se for na Amazônia, a entrega será feita priorizando a manutenção da qualidade do produto. Para isso, Val teve que investir em embalagens de isopor, além de caixa de papelão, com diversos lacres de segurança para garantir a qualidade dos produtos. “Não queria usar o isopor, mas num país de tamanho continental como o Brasil, sendo que a maior parte de seu território tem clima quente e tropical, esses cuidados são necessários para não comprometer a qualidade dos chocolates, e evitar que cheguem derretidos aos clientes”, explica. Por essa razão, Val escolheu não comercializar ovos de Páscoa nem bombons.
No futuro, a Cacau Tasters pretende comercializar também barras de chocolate bean to bar de produtores da América Latina. “Mas só depois que o mercado brasileiro já estiver maduro. Hoje, só 2% dos consumidores do Brasil conhecem o chocolate Bean to Bar. Temos um longo trabalho para desenvolver”, finaliza.
Para escrever essa matéria, a Cacau Tasters enviou para o Grão Especial uma embalagem com cinco barras. Uma de chocolate branco com pralinê de castanha de caju, da Moa, produzido em Fortaleza, no Ceará. Foi o primeiro a ser consumido por mim e confesso que foi uma surpresa muito positiva. A segunda barra foi a de chocolate intenso 62% com inclusão de pitanga, produzido pela Luzz Cacau. Que eu adorei sentir o azedinho da fruta, num chocolate bem resolvido!!
Os outros três são: barra cappuccino da Casa Lasevicius, 65% cacau com pedaços de café da Raros Fazedores de Chocolates e o da Priscyla França Chocolates, de caramelo com flor de sal 36%. Esses ainda não foram abertos.
