O sortimento de chás, porém, tem espaço para melhorar
A Casa Santa Luzia é, para os brasileiros, o que a Fortnum & Mason é para os britânicos, guardadas, claro, as devidas proporções. Enquanto a britânica foi inaugurada por Hugh Mason, em 1707, em Picadilly, Londres, o português Daniel Lopes, um pouco mais de dois séculos depois, em 1926, inaugurava a Casa Santa Luzia, no bairro dos Jardins, em São Paulo, que já começava a despontar como um lugar nobre na metrópole.
A Santa Luzia é reconhecida pela qualidade, frescor e variedade de seus produtos, oferecendo o que há de melhor produzido no Brasil ou no exterior aos seus clientes. Imaginem que, atualmente, oferecem entre 32 a 33 mil itens diferentes. Uma enormidade!
Com tamanha diversidade e por trás das prateleiras, mais de 600 funcionários trabalham nos dois mil e duzentos metros quadrados que a loja única da marca ocupa na Alameda Lorena.
É correto dizer que a Casa Santa Luzia foi a primeira a oferecer uma variedade de marcas de cafés especiais há quase 20 anos, quando o brasileiro ainda nem tinha ideia da diferença entre café especial e commoditie. “Atualmente, trabalhamos com 55 marcas de cafés especiais, muitas delas desde o começo, como Santa Grão, Bravo, Pessegueiro, Prima Qualitá, Café do Centro, etc. No começo, não sabíamos exatamente o que era café especial, mas nossa equipe passou a acompanhar os especialistas, a BSCA, a barista Eliana Relvas, e fomos aprendendo”, explica a nutricionista, Graciette Breuer. “Depois, criamos a quinzena do café, logo depois da inauguração do Espaço Mezanino, com mesas só de cafés diferentes, e com atributos que o nosso público ainda não conhecia”, explica.
E continua: “foi uma época de muito aprendizado para nós, fomos aprendendo junto com o aumento do consumo de cafés especiais. Só assim podíamos auxiliar nossos clientes a escolherem o que melhor se adequasse ao seu gosto pessoal. Foi uma época de muito aprendizado para nós”, conta. Atualmente, a Casa Santa Luzia oferece cerca de 55 marcas de cafés especiais, próximo à cafeteria da loja, que conta com seis baristas formadas, que trabalham em dois turnos e que servem cerca de 350 cafezinhos por dia. “No final de semana, esse número dobra”, conta Graciette.
O esquema da cafeteria é super-interessante: o fornecedor escolhido para protagonizar a quinzena de promoção, se responsabiliza em levar sua própria máquina de espresso, por sua montagem e manutenção e, também, pelo treinamento das baristas. Essas, por sua vez, irão preparar os expressos, cappuccinos etc., que podem ser de origem única ou um blend. Na data que visitamos a loja, havia uma promoção da Café Baobá, que foi preparado numa La Marzocco.
Os chocolates Bean to Bar
Ao lado da área de cafés especiais, fica também em local nobre, as mais de 20 marcas de chocolates bean to bar brasileiras, bem ao lado dos mais tradicionais chocolates importados. “O que tem de melhor no mercado, nós temos. É importante, porque trabalhamos em real parceria com os fornecedores. Então, eles oferecem aos clientes da Santa Luzia, degustação e apresentação de seus produtos”, conta.
No ínicio, os frequentadores da casa estranharam que os chocolates brasileiros tivessem quase o mesmo preço dos importados. “Mas logo eles entenderam que estávamos oferecendo chocolates feitos com porcentagens maiores de cacau, oriundos das melhores fazendas do país, que não têm outras adições e são livres de trabalho infantil. Ou seja, são sustentáveis”, conta.
Os Chás
Apesar do número alto de marcas de chás, cerca de 100, eles não estão separados por chás, chás especiais e tisanas. Os chás em saquinho estão misturados com as ofertas de chás a granel. Mas é possível escolher entre chás a granel, medicinais, importados, matchás, chás verdes etc.
No entanto, o melhor chá especial brasileiro, produzido no Sítio Shimada, em Registro, nas versões preto e branco, não constam do mix do Santa Luzia. Mas basta que um cliente indique uma marca que gostaria de consumir e o pessoal do estabelecimento vai atrás para pesquisar. E, caso atenda os requisitos da casa, em breve, estará nas gôndolas. Aqui, realmente, o cliente tem sempre razão!
Como é feita a análise
Segundo a nutricionista, todos os colaboradores da casa passam por um forte treinamento. Cada setor tem sua própria nutricionista-consultora, que fica responsável em dar aulas sobre os produtos como chocolates especiais, água, cafés, chás etc., aos vendedores e repositores, que se tornam especialistas no assunto, porque a proposta é a de não mudarem de área.
A loja possui um comitê geral de compras, formado por compradores de cada setor da Santa Luzia, e que se reúne diariamente. Nessas reuniões, os produtos são avaliados por sua qualidade, perfil sensorial, bem como são levados em conta também itens como embalagem, informações nutricionais e etc. Só depois de aprovados por esse comitê, os produtos podem ser comercializados nos corredores da Casa Santa Luzia.
“No início, como havia uma menor procura, nós conseguíamos auxiliar mais diretamente aquelas marcas que estavam começando, mas que já se destacavam no quesito qualidade. Infelizmente, hoje em dia, já não é mais possível graças à enorme procura. Hoje, é importante que o fornecedor já tenha um bom produto, o mais acabado possível, com embalagem e informações nutricionais corretas. Dessa forma, as chances de a gente se interessar pelo produto são muito maiores”, finaliza.
Casa Santa Luzia – Alameda Lorena, 1471 – Acesse o site
Atendimento da loja – fone- 11 38975000
sac@santaluzia.com.br; www.fortnumandmason.com
