Café especial e literatura são as grandes paixões de Milena Rodrigues, produtora, jornalista e, mais recentemente, escritora.
Milena é mineira de Nepomuceno, de família de agricultores, tanto da parte de pai como de mãe. Em verdade, é da quinta geração de produtores de café. Atualmente, faz parte do projeto Flor de Café.
Milena saiu cedo de Nepomuceno, com 13 anos, para estudar. Mudou-se para Belo Horizonte, cursou jornalismo, colaborou com algumas revistas no Brasil, foi correspondente internacional da rádio mineira Itatiaia, passou pela TV, assessoria de imprensa do Governo do Estado etc.
Em 2003, começou a editar uma revista de bolso, Mininas, cujo formato editorial era muito original, com 10×10 cm. A revista tratava de artes gráficas e literatura e era feita só por mulheres. Por ser uma revista pequena, começou a escrever textos curtos.
Em 2005, com as comemorações do ano do Brasil na França, a publicação foi escolhida para representar a cultura de Minas. Acabou conhecendo seu marido, artista pástico espanhol, responsável pelas lindas embalagens do Flor de Café.
Na volta, foi para o Rio e começou a trabalhar no mercado editorial.
Mi Maior
Seu primeiro livro, Mi maior, foi escrito em duas noites apenas, e é recheado de 42 histórias curtas, um exercício de escrita que Milena traz da época das Mininas.
“Quando a revista acabou, eu tinha uns três textos guardados que escrevi pensando nas próximas edições. Mas tivemos que descontinuar o projeto por falta de apoio”, conta Milena.
Os textos foram escritos e reescritos muitas vezes até que decidiu fazer uma edição caseira, numa gráfica rápida, com a tiragem de apenas 15 exemplares. “Fiz só para os amigos. Mas resolvi enviar para o Ruy Castro, uma das minhas grandes inspirações e a quem eu tive o prazer de conhecer quando trabalhava no mercado editorial”, conta. Ele assina a contracapa do livro, publicado pela editora 7Letras.
Atencioso como ele só, enviou um email para Milena dizendo que tinha adorado o livro.”Como é muito criterioso, aí sim, acreditei que pudesse publicar. O que aconteceu no início desse ano”, lembra.
Apesar de sua ligação com a produção de cafés, esse é um livro super urbano, cosmopolita. “Não era essa minha intenção. Queria muito ser o Jorge Amado dos cafezais, mas simplesmente não aconteceu. Quem sabe na minha segunda obra, que deve ser gerada no próximo ano, eu consigo escrever sobre cafés”, brinca.
Mi maior
Milena Rodrigues
Editora 7 Letras94 páginas