ONG canadense, Choco4Peace.org, atua para ajudar produtores de cacau fino a receber um preço justo por seu trabalho

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Como o Blockchain está ajudando ex-produtores de coca na Colômbia a produzirem cacau fino.

O economista colombiano, Sergio Figueiredo, mora no Canadá há nove anos, mas nem por isso se afastou dos grandes problemas sociais de seu país de origem, a Colômbia. Depois de trabalhar vários anos no mercado financeiro internacional, criou, em 2017,  a ONG Choco4Peace (instagram.com/chocoforpeace), para auxiliar o pequeno produtor de cacau da região de Tumaco, no departamento de Nariño, na fronteira da Colômbia com o Equador, mais conhecida como a pérola do Pacífico.

A localidade é conhecida por ser uma das maiores regiões produtoras de coca do mundo. Segundo dados do próprio governo daquele país, quando a luta armada terminou, em 2016, havia 100 mil hectares de plantação de coca em todo o país e 20 mil apenas em Tumaco. Por uma iniciativa do governo, 77 mil famílias concordaram, voluntariamente, em remover toda a coca de suas propriedades e iniciar a plantação de cacau fino, já que a região possui um dos melhores terroirs do mundo para o cultivo do cacau.

Choco4Peace

Diretor executivo da Choco4Peace, Sergio Figueiredo, ao centro, de chapéu, com alguns dos produtores de cacau atendimentos pela ONG.

“Na Colômbia, há aproximadamente, 38 mil produtores de cacau, sendo 90% deles micro produtores. E cerca de 70% deles estão abaixo da linha da pobreza, vivendo com apenas US$ 2 por dia. Esse contingente não tem acesso à educação qualificada, crédito bancário, seguro para sua lavoura, estradas decentes, nada. Na outra ponta, descobrimos que há investidores interessados em oferecer capital, seja por meio de microcrédito, ou pelos bancos centrais de seus países. Vivemos um verdadeiro paradoxo”, diz Sergio.

Blockchain

“Utilizando a plataforma de Blockchain, a Choco4Peace trabalha para unir as duas pontas. Com a utilização da tecnologia, nossa meta é empoderar essa categoria, principalmente as produtoras mulheres, os jovens e os índios da região”, explica.

Tumaco, atualmente, vem recebendo milhares de imigrantes ilegais vindos da Venezuela. “É necessário acolhê-los e prepará-los para que possam estar aptos a trabalhar com o cacau fino”, diz Sergio.

Sergio Figueiredo - Choco4peace

Sergio Figueiredo é colombiano, residente no Canadá, e trabalha para mudar a realidade de centenas de produtores de cacau.

“O projeto da Choco4Peace na Colômbia é uma parceria público-privada. O governo oferece as terras para a plantação do cacau fino. Já os investidores, ONGs e fundações internacionais se uniram, para criar uma pequena comunidade local, com hospital, escola e toda a infra-estrutura”, conta.

O projeto ainda está sendo implementado e o Blockchain irá auxiliar na construção da infraestrutura, melhorando a conectividade para que as famílias possam plantar cacau da melhor qualidade, tendo acesso à educação continuada, serviços bancários, e tudo o que envolve a economia digital.

“O melhor de tudo é que, se der certo, estaremos aptos a replicar o projeto em diversas outras partes do Globo que também produzem cacau, inclusive no Brasil. É a tecnologia ajudando a criar transparência e rastreabilidade para o consumidor que, sempre que quiser informações sobre a produção poderá acessá-la, sem dificuldades.”, finaliza.

Crédito das fotos e vídeo: Choco4Peace

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2 Comentários

  1. Pedro em

    Trabalho com produtores de cacau aqui no Brasil no Estado do Pará.
    Como podemos trabalhar com nossos produtores a fazer a comercializaçao do cacau fino.
    A agregar mas valor em suas amêndoas.
    A colocar no mercado europeu com o melhor preço.
    A colocar na América uma amêndoa de qualidade.

    • Grão Especial em

      Bom dia, Pedro, antes de mais nada, obrigada por seu comentário. Se você que trabalha com o produtor têm dúvidas, vale fazermos uma matéria sobre isso. Abraço.