SIC 2020: Produção de café arábica cresce 34%

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Dado foi divulgado durante a abertura do evento digital quando também foi anunciada a inauguração de um Centro de Excelência em Cafeicultura em Minas no ano que vem.

O painel de abertura da Semana Internacional do Café – SIC 2020 (semanainternacionaldocafe.com.br) (18 a 20 de novembro), reuniu autoridades e líderes de organizações do setor para um panorama de mercado. Roberto Simões, presidente do sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), revelou que a produção de café arábica cresceu 34% em relação ao ano anterior.

O executivo também adiantou que um Centro de Excelência em Cafeicultura deve ser inaugurado na cidade de Varginha entre abril e maio do ano que vem “com foco em irradiação de conhecimento, tecnologia e inovação para todo o Brasil e até outros países”, disse. Ele ressaltou, ainda, que as pessoas estão aderindo a uma forma mais sofisticada de consumo e valorizando a qualidade, “o que abre espaço para os cafés especiais”.

Cenários macroeconômicos

O economista Ricardo Amorim proferiu uma palestra sobre cenários macroeconômicos no Brasil e no mundo para os próximos anos com foco no agronegócio café.

Ele começou lembrando que, apesar de termos enfrentado a maior contração econômica que a humanidade já viu em um período muito curto, de dois meses, Estados Unidos e países da Europa tiveram o maior crescimento da história no segundo trimestre.

“Os dads que temos em relação à economia brasileira como um todo até setembro mostram que aqui não é diferente, com recuperação muito forte nos setores de serviços, indústria, comércio e melhor ainda no agronegócio”, diz.

Sobre um recorte mais específico no mercado de café, o economista destacou o aumento da competitividade. “Na prática a rentabilidade para o produtor brasileiro subiu significativamente por conta da alta do dólar. A competitividade do produto nacional em relação ao resto do mundo, também. Isso porque o movimento da taxa de câmbio não foi tão forte em países concorrentes como a Colômbia, por exemplo”, explicou.

Mesmo com crescimento da base e do topo da pirâmide de consumo, Ricardo pontuou dois desafios. O primeiro em relação à comunicação / marketing. “Morei nos Estados Unidos de 2001 a 2008 e sempre ouvi nas conversas sobre café os americanos associarem o produto à Colômbia, mesmo o Brasil sendo o maior exportador. Mas isso acontecia porque o nosso concorrente tinha uma campanha muito forte, que fixou esta conexão. Hoje a situação é um pouco melhor, mas ainda precisamos avançar muito”, detalhou.

Uma outra questão é a necessidade de trabalhar a “marca” Brasil. Um fator que vem ganhando importância é o Environmental, Social and Governance (ESG), referentes a questões ambientais, sociais e de governança. O economista levantou que o país tem se colocado mal neste sentido. “Protege dois terços de seu território e é o que mais preserva no mundo, mas tem uma imagem associada como grande destruidor do meio ambiente. Isso pode atrapalhar ainda mais, concluiu.

Sobre a SIC

A Semana Internacional do Café (SIC) é realizada desde 2013 em Belo Horizonte, capital do maior estado produtor do país, a SIC tem como foco o desenvolvimento do mercado brasileiro e a divulgação da qualidade dos cafés nacionais para o consumidor interno e países compradores, além de potencializar o resultado econômico e social do setor. Este ano de 2020, devido à pandemia, será realizada 100% em plataforma digital.

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