Conversamos com Tatiana Rocha, dona da cafeteria Clemente Café. Apaixonada pelos cafés especiais, adquiriu uma máquina de café espresso antiga, restaurou, alugou um microespaço de sete metros quadrados na Vila Mariana, e montou a cafeteria no ano passado. Está está dando tão certo que os planos de 2018 são ambiciosos. Confira!
No número 659 da rua Coronel Lisboa, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, fica uma minúscula cafeteria, de fato, uma portinha, a Clemente Café, da simpática Tatiana Rocha.
Formada em marketing, Tatiana é, antes de tudo, uma mulher batalhadora. Aos 12 anos já ajudava a família na bicicletaria da família, na zona norte da capital. Aos 16, já tinha um dinheiro guardado, investiu na carreira, trabalhou por 10 anos no maior banco do país, nas áreas de endomarketing, investimenstos, crédito pessoa física e marketing digital.
Sempre soube que queria abrir um negócio próprio, mas não sabia ainda o quê. Como o namorado, Gabriel Penteado, do Cupping Café, era apaixonado pelo tema, acabou arrastando Tatiana para o mundo dos cafés especiais.
A paixão por cafés especiais
Então, em um aniversário, Gabriel lhe deu de presente um moedor. “Minha vida mudou. Comecei a me apaixonar de tal forma por cafés especiais, que atravessava a cidade para comprar os pacotinhos brancos de cafés especiais que a Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, vendia”, conta Tatiana.
“Passamos a ir juntos a cupppings, degustações, semana do café de Lorena, e sempre procurei absorver todo o conhecimento”, explica.
Entretanto, Tatiana nunca fez um curso formal de baristas, seu conhecimento vem todo da prática. Quando saiu do Itaú, já tinha comprado uma máquina antiga de espresso, por meio de contatos do mundo do café. “Um pessoal estava fechando um bar e eu fiquei com a máquina. Pensei que se não abrisse um café, podia restaurá-la e vendê-la. Por um bom tempo, serviu de mesinha de apoio na sala de casa”, explica.
Fez curso no Sebrae e decidiu abrir o negócio, restaurou a máquina e começou a procurar um local. Quem achou o ponto foi o namorado, com seu olhar clínico de arquiteto. Afinal, quem diria que uma portinha que antes abrigava uma loja de vidros, pudesse, com uma bela reforma, virar uma minúscula, mas ótima cafeteria.
A Clemente Café
No terceiro mês de funcionamento, já teve que ampliar o horário de trabalho e, desde que abriu, há pouco mais de um ano, começou a abrir também nos finais de semana e contratou o primeiro funcionário. Hoje, trabalha de domingo a domingo e já tem demanda pra mais dois colaboradores.
A Clemente café vende, hoje, em média, mais de 100 cafés por dia, com uma estimativa de público de 100 visitantes por dia. “Vem gente do Jabaquara, Saúde, Ipiranga, provar nossos cafés, assim como eu atravessava a cidade pra comprar os cafés no Coffee Lab”, se orgulha.
Tatiana conta que, inclusive, seus clientes mais fiéis montaram um grupo do whatsapp, “clemenccinos”, onde discutem diversos assuntos ligados ao café especial. Seus participantes dizem que Tatiana criou verdadeiros “monstrinhos”, que só conseguem tomar cafés especiais. “Isso é ótimo não só pra mim, mas pra todo o mercado. É esse cliente que vai passar a exigir um melhor café na padaria e a oferta de bons cafés só tende a aumentar”, explica.
Os Cafés
Até por uma questão de espaço, afinal a cafeteria tem apenas sete metros quadrados, oferece dois métodos de preparo, além do espresso: hario e aeropress. Vem trabalhando com cafés torrados por Hugo Wolf e Pereira Vilela.
“O Clemente Café é muito disruptivo, nunca abri mão do meu perfil de torra. Meu café tem acidez, e conquisto novos clientes com uma pegada mais educativa, se o cliente estiver interessado em aprender. Então, com essa proximidade, de atender todo mundo, conversar, de uma maneira mais intimista é a parte mais legal. Ninguém ganha nada se eu falar pro meu público que o café tem notas de xpto. Tem que ter sensibilidade”, explica.
Próximos passos
Contudo, o modelo de negócios da Tatiana se mostrou acertado e ela já pensa nos planos de expansão para o próximo ano. “Estou pensando em dois caminhos: ou abro uma outra cafeteria na mesma pegada, pequena, intimista, aqui mesmo pelo bairro ou abro uma outra um pouco maior, para que os clientes tenham um pouco mais de conforto”, revela.
Apesar do perfil to go da cafeteria, servindo em copinhos de papel, importado dos EUA, e confeccionados para manter a temperatura dos cafés, Tatiana percebeu que seus clientes queriam consumir alimentos lá mesmo.”Apesar do nosso tamanho diminuto, os clientes permanecem aqui de 15 a 45 minutos. Isso me permitiu investir mais em comidas que demoram uns minutinhos pra ficarem prontos”, conta.
“Eles ligam o wi-fi,fazem amizade. Eu relaciono a Clemente café com a Estação da Sé do metrô. Sempre tem gente” finaliza, animadíssima!
(Interior do Clemente Café, na Vila Mariana)
Clemente Café
Rua Coronel Lisboa, 659, Vila Mariana, SP
Aberto de domingo a domingo