A primeira casa será aberta em Lisboa, ainda nesse verão europeu
Muitos anos atrás, quando nem sonhava em trabalhar com cafés, o executivo Arnaldo Vieira visitou a Itália e tomou um delicioso expresso. Ficou, assim, tão impressionado com a qualidade que, por mais de 30 anos, guardou pra si um sonho: produzir um café de alta qualidade para poder ser consumido em qualquer lugar do mundo.
Depois da aposentadoria e produzindo a todo o vapor em sua fazenda, a Baobá, localizada em São Sebastião da Grama, interior do estado, o desafio, agora, é tirar do papel sua rede de cafeterias de cafés especiais, a Onníe, que é também sua marca de cafés especiais.
“O meu sonho é ter embalagem dos cafés produzidos na minha fazenda, em supermercados, cafés e lojas especializadas por toda a Europa”, confidencia. “Queremos ter uma marca tão conhecida como a Juan Valdez, da Colômbia. Em qualquer lugar do mundo, nos aeroportos, você encontra o café colombiano. O mesmo não acontece com os nossos”, conta. O nome Onníe vem de um asteróide, o que pode explicar, em parte, os planos ambiciosos de conquistar o mercado internacional. E cujos investimentos globais ainda estão sendo consolidados, de acordo com o presidente da Holding Curumins, Arnaldo Vieira.
A primeira casa internacional
Sua primeira incursão será em Lisboa, na região da Bica, mais precisamente na rua de São Paulo, 260. “A cafeteria terá uma máquina Probat de torra, vamos exportar o café verde pra lá e também teremos um showroom de outros produtos, inclusive de microlotes de cafés especiais, de produtores parceiros.Estamos estudando também, apresentarmos outros produtos como cachaça brasileira de qualidade, mas não fechamos ainda”, explica.
“Nosso objetivo é o de abrir mais três ou quatro cafeterias em Lisboa no curtíssimo prazo e a ideia é ampliarmos nosso raio de ação até a cidade do Porto. Vamos primeiro nos consolidar em Lisboa, entender melhor os hábitos da população e dos turistas da cidade. Para só, então, avançarmos para outras cidades portuguesas”, diz.
“Portugal é a bola da vez, acabou de ser eleita o melhor destino turístico do mundo. Para se ter uma ideia, comprei esse ponto no ano passado e já triplicou de valor”, conta Arnaldo.
Entretanto, em seus planos internacionais também constam a criação de uma torrefação em Hamburgo. “Afinal, todo o café que é comercializado para a Europa, passa necessariamente pelo porto de Hamburgo. Então, vamos testar uma torrefadora lá, pois creio que seja um importante passo para nossos planos”, explica Arnaldo Vieira. Que, diga-se de passagem, incluem também a abertura de cafeterias da rede em outros países europeus. “Mas, primeiro, vamos conquistar Portugal,” sentencia.
Além da Europa, constam nos planos da holding, a abertura de uma casa em Toronto. “Pra mim, Toronto é uma mini Nova York, com menos concorrência. Será muito importante termos uma presença na região, esclarece.
Onníe no Brasil
Para o mercado interno, os planos são bastante ambiciosos, também. Com um investimento estimado de R$ 6 milhões, os planos são de inaugurar cinco unidades, todas em São Paulo, até o final do ano. A primeira será uma cafeteria na avenida Paulista, que será aberta em 30 a 40 dias.
O empresário já tem uma cafeteria em Alphaville, a Arnolds.
A próxima será em Pinheiros, na rua Simão Álvares, onde funcionará, além da cafeteria-conceito, um empório, um bar e, numa casa anexa, a escola de Ensei Neto, leia a matéria completa sobre o assunto aqui. Além de uma cozinha, que deverá ser responsável pela produção dos alimentos consumidos pelas outras casas da rede Onníe (www.onnie.com.br).
E, para 2019, a Onníe irá para as cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Campinas. “Após os primeiros cinco anos, iremos avaliar o trabalho desenvolvido e decidir se iremos abrir uma franquia da Onníe, nos mesmos moldes da Outback. Para ser um franqueado da Onníe, será necessário ter trabalhado nas cafeterias, primeiro.
Contudo, o crescimento da abertura das cafeterias especiais no Brasil cresce vertiginosamente. Sua internacionalização é mais recente. Sendo assim, esse movimento é muito positivo para o crescimento do mercado de cafés especiais. Apesar de sermos os maiores produtores do mundo, nós não damos as cartas nesse mercado. Apenas copiamos tendências. Está na hora de mudarmos esse movimento.
Fotos e vídeos: Clodoir de Oliveira
